segunda-feira, 5 de novembro de 2007

VALORIZANDO A DIVERSIDADE: Projeto Interdisciplinar de Ensino
















ESCOLA ESTADUAL COMANDANTE MAURÍCIO COUTINHO DUTRA











VALORIZANDO A DIVERSIDADE: Projeto Interdisciplinar de Ensino





Beatriz S. Oliveira Feitosa
José Américo Sartoratto
Maria Auxiliadora S. F. Rodrigues
Mariza Marques
















Sonora/MS – 2007








1) TEMA


O presente projeto, por ser interdisciplinar, insere-se em vários campos do conhecimento científico (Biologia, História, Matemática e Literatura), a partir dessas áreas diversas áreas montou-se uma proposta de tema que contemplasse a formação da cidadania, que a nosso ver passa necessariamente pelo respeito em relação ao diverso e ao diferente, que a nosso ver tem relação muito profunda com a própria concepção de escola.











2) OBJETO



Valorizar a Diversidade é o objeto que será encaminhado pelos mais diferentes campos do saber








3) OBJETIVOS


GERAIS:
A partir do conhecimento, trabalhar na luta contra o preconceito, a discriminação e o racismo. Trabalhar com pesquisa e desenvolvimento de atividades que somadas serão tema de uma apresentação dos alunos da 3ª. Série do Ensino Médio aos demais alunos do mesmo nível de ensino.


ESPECÍFICOS:
Biologia:
- Trabalhar com a questão fenotípica do ser humano considerando as diferenças externas ao nosso organismo;
- Pontuar a questão do Projeto Genoma desenvolvido no ano de 2007, e que foi um de grande contribuição na lutar contra o racismo, ao comprovar do ponto de vista científico que não existem raças na espécie humana e que as diferenças mais relevantes estão na parte externa do organismo humano;
- Possibilitar o desenvolvimento da pesquisa no campo da Biologia.

História:
- Atender ás exigências da Lei 10.639 de 2003[1], que trata da obrigatoriedade do ensino de História da África e dos afro-brasileiros.
- Atender uma necessidade do próprio sujeito histórico ou seja, tornar possível que os alunos sejam protagonistas de sua própria História, buscando informações relevantes que os façam se ver enquanto tais;
- Possibilitar que os alunos trabalhem com pesquisa e exposição das mesmas.

Literatura:
- Além da questão pertinente à referida lei, pretende-se:
- Trabalhar com expressões artístico-literárias que dizem respeito à produção de poesias e reprodução de música, que insiram a temática sugerida;
- Possibilitar ao aluno que desenvolva gosto pela produção literária e poética, mais que isso, pela sua própria produção literária e poética.

Matemática:
- A partir da pesquisa de campo desenvolvida na área de Biologia, os alunos deverão produzir gráficos e tabelas, utilizando os recursos matemáticos e tecnológicos.








4) JUSTIFICATIVAS


Numa sociedade marcada historicamente pela submissão, exclusão e mais recentemente, pela inserção de forma rebaixada dos afro-descendentes é imprescindível que a escola e os educadores assumam uma postura de mudança e não de permanência da estrutura excludente construída ao longo dos 507 anos sob domínio da cultura européia em detrimento das demais que aqui se conglomeraram e se inter-relacionaram. Segundo a assistente social Karina da Silva Pinto até que os negros contem suas própria histórias, a história sempre irá favorecer o branco[2].

Refletir sobre a afirmação de enquanto o negro não pode contar sua história é sobre a égide do branco que se reproduz, não se remete apenas àquela lecionada na escola. Para além dela, também engloba a transmitida culturalmente. Não que pretendo ser maniqueísta nessa sentença, entretanto existem muitos ingredientes para desacreditar na hipótese que a omissão e o desprezo à tradição negra sejam apenas pequenos equívocos, lapsos de memórias.
O racismo impregna a trama social que, além de acarretar as distâncias sociais entre negros e brancos, tem provocado à percepção de que esse fosso é natural, portanto, a-histórico. Nos pequenos atos cotidianos, reproduzimos frases, práticas sociais, emissão de sentenças, de modo quase indiferente, que na verdade são clivados por valores morais construídos socialmente, portanto aprendidos.
Nascemos brancos, negros, indígenas e etc., biologicamente a cor não pode ser mudada, mesmo com os avanços tecnológicos na área da estética e beleza ainda são incapazes de alterar carga genética. [3]
Diante da problemática dos esquecimentos no processo de construção da História oficial, foi que como educadores não coniventes com essa problemática optamos por trabalhar com alunos da 2ª. Série do Ensino Médio e disponibilizarmos aulas, recursos e apoio na construção de um modelo não apenas educacional, mas histórico que prime pela valorização da diversidade.






5) HIPÓTESES
Acreditamos que a luta pela preconceito caminha em paralelo com a formação educacional e o desenvolvimento da cidadania.



6) METODOLOGIA
Orientação para a realização de:
- Entrevistas que detecte as características fenotípicas dos alunos da Escola Estadual Comandante Maurício Coutinho Dutra;
- Desenvolvimento de seminários;
- Produção de poesias e poemas, bem como a reprodução de músicas;
- Criação de gráficos e tabelas.









7) ANEXOS

Anexo 01- Texto da lei aprovada em 2003

Presidência da RepúblicaCasa CivilSubchefia para Assuntos Jurídicos
LEI No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.
Mensagem de veto
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.
§ 3o (VETADO)"
"Art. 79-A. (VETADO)"
"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’."
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVACristovam Ricardo Cavalcanti Buarque
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 10.1.2003

Anexo 02: Parte do Blog disponível na internet beatrizfeitosa.blogspot.com
Terceira Série do Ensino Médio em Fotos para o Projeto "Valorizando a Diversidade".


Fotos dos alunos da Terceira Série do Ensino Médio, para o projeto "Valorizando a Diversidade", desenvolvido sob orientação das professoras Beatriz (HIS), Dora (BIO), Mariza (LIT) e professor José Américo (MAT).As fotos retratam alguns momentos em sala de aula e algumas poses do grupo que em breve deverá trilhar caminhos diversos.O objetivo maior do projeto é trabalhar com conteúdos de disciplinas específicas, procurando relacioná-los com os temas "Brasil e África" de forma interdisciplinar, além de produção de atividades culturais que serão apresentadas no "Dia da Consciência Negra". O trabalho com essa proposta de valorização da diversidade, passa pelo propósito de ampliar o acesso ao conhecimento, base da luta contra o preconceito a discriminação e o racismo.
Levar o aluno a se ver como protagonista da história, permitir que perceba as raízes dessa sociedade excludente e desigual, pode ser um dos caminhos para a transformação.















9) BIBLIOGRAFIA
1- CUNHA, Pedro. & Vaz, Esther (orgs.).Desafios contemporâneos e trabalho social. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 2003
2- DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia. Trad. Nuno Garcia Lopes. Lisboa: Edições 70, 2001
3- FREIRE, Paulo. Cartas a Guine-Bissau: registros de uma experiência em processo. 2ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978
4- GADOTTI, Moacir. Escola cidadã. 10ª ed. São Paulo: Cortez, 2004
5- OSÓRIO, Luís C. Adolescente hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992
6 - SEVERINO, António J. Educação, trabalho e cidadania: a educação brasileira e o desafio da formação humana no atual cenário histórico. São Paulo em Perspectiva 14(2), 2000. Disponível em://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392000000200010&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 11, out. 2005.
7- SILVA, A. J. da. Pedagogia crítica e contra-educação. Coimbra: Quarteto, 2002





[1] Lei em anexo.
[2] Disponível em: http://www.dialogoscontraoracismo.org.br
[3] PINTO, Karina Silva. Site citado.

6 comentários:

Unknown disse...

olá, Beatriz

é bom ver que tem funcionado o teu espaço aqui na Rede... vi lá tuas visitas... tem gente de muitos lugares no brasil e fora... muito bom!
ainda mais quando é para divulgar coisas relacionadas aos trabalhadores subalternizados...

com o pouco tempo que tenho, consegui ler o vosso projeto.

admirado pela competência com a qual desenvolves tuas tarefas!

aguardo novas postagens...

abraços

salaam

NEGROS EM AÇÃO disse...

grande bia, adorei o seu blog - vai firme continua - a luta - não desista nunca. Tenho orgulho de ser seu amigo. vc sabe né?

lu disse...

Parabéns, seu Projeto é muito bom!!

Como futura educadora, agradeço por sua grande contribuição e esclarecimentos!

Grande abraço !!

Lúcia Pereira Freitas.

lu disse...

Muito obrigada!

Grande abraço !!

Unknown disse...

Bom dia!
Este projeto nos serviu de inspiração para trabalharmos com alunos da modalidade EJA aqui no Espírito Santo, sete anos após sua idealização, mostrando que este tema ainda é pertinente e necessário para a formação humana. Parabéns ao grupo!
Atenciosamente, professora Fabiana Eleuterio.

Unknown disse...

Bom dia!
Este projeto nos serviu de inspiração para trabalharmos com alunos da modalidade EJA aqui no Espírito Santo, sete anos após sua idealização, mostrando que este tema ainda é pertinente e necessário para a formação humana. Parabéns ao grupo!
Atenciosamente, professora Fabiana Eleuterio.